8 Comentários

Não canso da inteligência e da qualidade das tuas crônicas. A sagacidade da frase "Como se as portas dos corações tivessem menos que 70 cm, não passasse uma cadeira de rodas" é primorosa.

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Obrigada por me ler e pelo elogio! Volte sempre :)

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Estou passada de ter sido a Regina Casé do seu texto - nem de longe o principal assunto, mas apareci pra fazer uma figuração de luxo sobre ele.

Eu vejo que as pessoas que fazem esses comentários (incluindo o abençoado que foi na sua DM chorar) estão, na verdade, c̵o̵m̵ ̵i̵n̵v̵e̵j̵a̵ ̵d̵e̵ ̵d̵e̵s̵f̵i̵l̵a̵r̵e̵m̵ ̵s̵e̵n̵t̵a̵d̵a̵s̵ meio desesperadas por verem as caixinhas onde elas colocam os corpos com deficiência derreterem cada vez que um corpo desses é exposto, destacado. Reagir com "pena" (não é pena), com "tristeza" (não é tristeza), é uma tentativa desesperada de fazer o rótulo voltar a funcionar, assim, na marra. Assim como você, acho que se esse movimento for feito mais vezes, não vai funcionar mais. Beijos!

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Amiga você sempre mexendo com a cabeça da gente, para melhor! E é isso mesmo que você disse, a pessoa não pensa nem um pouco em o que é de verdade que ela sente quando vê alguém como eu. Elas ficam é muito chateadas de que os rótulos estão rasgados. Beijão!

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Caso possa ajudar algum chorão, o sentimento que eles têm e não sabem nomear é o medo. Te amo.

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Texto lindo e fundamental! Obrigada ❣️

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Eu desmaiei pela primeira vez aos 8 anos, quando a professora contou como os pregos atravessaram o pulso de Jesus. Desmaiei em uma palestra em que contavam o que acontece com os pulmões num acidente de carro, e em uma peça de teatro, e no filme A professora de piano.

Quando uma pessoa próxima estava num estado extremo de dor, eu esqueci esse problema com o meu corpo e consegui ficar à disposição para que ele respirasse melhor, mas quando vejo uma mulher de salto fino (o que é raro nos contextos em que me movimento) sinto dor nos meus joelhos, que já apresentam seus inevitáveis problemas. Quando vejo uma pessoa de prótese, também. Sei o mínimo: que é educado puxar uma cadeira para a mulher de salto, mas não para a com a prótese, embora talvez nenhuma das duas esteja sentindo dor.

Sei há muito tempo que o problema é meu: incapacidade de lidar com o fato de que eu sou feita de veias e ossos, com a minha fragilidade. De fato, esse sentimento não é empatia, não é relacional. Talvez quebrar a distância ajude a não projetar o corpo do outro no nosso. Não consegui progredir muito em relação a isso ao longo da minha vida, mas sinto que o seu texto mexeu alguma coisa dentro de mim e agradeço.

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Eu agradeço por você dividir isso comigo. Acho que a proximidade vai te fazer entender que tudo bem puxar uma cadeira para alguém de prótese, se você sentir que ela quer descansar, como alguém de salto. Não é para tratar-nos com distanciamento, sem se preocupar se estamos sofrendo, sem sentir o que sentimos, é sobre se permitir escutar o que o outro quer e não simplesmente assumir que é um sofrimento insuperável, um peso. Obrigada por ler!

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